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sábado, 3 de abril de 2010

CONTRARIANDO UM "BOCA DE MEL"

Uma sociedade que despreza a massa de uns e promove celebridades e doutores é emocionalmente infantil e doente. Não me curvo diante dos famosos e nem dos maiores líderes desse grande sistema o qual exige de nós determinação para suportá-lo, mas curvo-me diante dos educadores.
A greve é um direito, e nas circunstâncias em que estamos é um dever, o dever de lutar pelos direitos e de mostrar que tudo aquilo que nos é dado por meio de uma mentira já é nosso por lei e por mérito.
Somos livres para ir e vir, mas graças ao governo que apedreja os que ousam pensar diferente já não somos livres para pensar. O governador José Serra é um "boca de mel", diz muito bem na frente das câmeras sobre seu trabalho, porém não é capaz de "interromper nossa programação" em forma de explicação e acordo quanto à greve e aos educadores que se encontram insatisfeitos, injustiçados, diferenciados, sacaneados, subestimados e por aí vai...
Se provas são verdadeiramente provas do nível intelectual das pessoas, quero saber a qual prova Serra foi submetido para assim julgar. Por que será que não substitui médicos por farmacêuticos, polícia militar por guardas mirins? E se isso não acontece, por que os professores podem ser substituídos por pessoas que não são capacitadas para exercer seu trabalho?
Talvez a resposta esteja na indústria, quero dizer, no governo que Serra criou onde os porquês não são levados em conta, onde apenas aparências e índices são valorizados. Dizer que o nível de educação brasileira melhorou é fácil quando se avalia com provas bizarras, e quando nos ensinam com uma dúzia de livrinhos coloridos com erros ortográficos.
Da mesma forma que não há vaias que sejam eternas, não há aplausos que durem para sempre, é tempo de política, tempo de eleição, tempo de disputa para saber quem será o pior ou o menos ruim. Contudo, não é tempo de medo, mas de confiança, pois quem elimina todos ao seu redor um dia será implacável consigo mesmo e desprezível por si só.
"Mercado de trabalho"; existiria se não houvesse educadores? A realidade é que cada doutor, embaixador ou presidente da república - exceto Lula, talvez- precisaram de no mínimo quinze professores para assim serem.
Vinte, trinta e até mais anos de profissão são traídos a cada ano; professores entram na sala de aula cada vez mais desapontados e insatisfeitos com suas condições, não só financeiras como morais. Lembremos que Jesus Cristo foi amado por muitos, mas traído e negados por seus amigos; Júlio Cezar viveu tempos de glória e de desgraça, seus amigos o assassinaram; Napoleão teve ascensão como poucos e humilhação como vários, porém são lembrados como os grandes homens da historia.
Essa guerra de ideias não cria heróis nem Messias, mas cria pessoas cientes das loucuras da sociedade e dessa indústria, aliás, governo.
Greve? Sim! Não para que o governo fique descontente conosco, senão para que fique insatisfeito consigo.

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