A frase ,que para quem nunca amou não faz sentido, quando criada trouxe consolação ao que vive explicando que o amor não tem explicação. E eu, que depois da dor viro poeta- como qualquer pessoa-, chego a pensar que o poeta finge tamanha dor para esconder que deveras não sente nada e usa de belas palavras e da palavra bela para revelar em cada pessoa um sentimento novo, passageiro, sentimento que se pode esquecer assim que o poema acaba.
E colocadas em ritmo e entonação as palavras se glorificam, afinal foram as escolhidas em meio a todo um Aurélio. E o que dito não faz diferença, cercado por tanta dor, amor e solidão toma forma, se materializa, se renova, ganha mais vida como palavras benditas bem ditas.
Da mesma forma como as estrofes nos envolve e nos seduz para uma consolação pode revoltar os corações sofridos em busca de paz, pois a verdade que cada um encontra em toda farsa de uma poesia e de um poema é modificada dependentemente dos motivos que as levaram a ler tamanha verdade - para uns-, ou mentira - para outros.
E será quem mais sofre o mais amadurecido? Se sim, sábios são os poemas mais tristes que felizes são por serem os mais sábios.
Que a dor não nos force a escrevê-la, a desabafala numa folha de papel branca ou amarela, que a dor nos permita chorar sem que seja preciso rimar, porque um leão ferido que ainda sente vontade de rugir é diferente de um leão ferido que tenta gritar aos ventos que está bem. Porém que a dor nunca permita ao poeta chorar em um canto longe de um lapis e uma folha de papel, pois muitas vezes em seu poema sentimo-nos bem simplesmente por saber que não sofremos sozinhos ou que há mais desgraçados do que nós.
BRAVO !
ResponderExcluirIsso me fez lembrar Fernando Pessoa:
" O poeta é uma fingidor.
Finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente."
Gênio é pouco pro cara, não?
Isso me fez lembrar ele, ou ele me fez lembrar isso...
ResponderExcluirSim ele é um gênio, leia o Guardador de Rebanhos dele, vai gostar.