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terça-feira, 19 de abril de 2011

Queria uma confirmação

Têm dias em que a insônia me visita, pra ser correto: há noites.
Ontem mesmo, acordei com o sabiá à uma hora da manhã! E quem disse que consegui voltar a dormir? Liguei a televisão. Estava passando bangbang na Band. Ao som dos tiros preparei um nescafé e lamentei pelo vazio que me habitava.
Olhei para a cama cobri minha esposa senti minhas mãos geladas, uma falta de ar, e de repente, senti uma vontade imensa de rezar. Então, resolvi dobrar meus joelhos, pensei em enfiar a cara nas mãos, mas preferi tapar os olhos com elas, apesar da posição de um mulçumano na Medina era pra Deus que se chama Deus que eu rezaria.
Sabe que eu já tinha perdido a prática nisso, ou talvez, a esperança nas orações. A última vez que a fizera foi quando meu pai estava no hospital, naquele dia eu chorei e rezei feito uma criança & um padre num corpo só.
Mas nesse dia – da insônia - , eu pedi paz, pedi como um mendigo um pouco de tudo, que se resume, em ocupações em lugares dentro de mim que se esvaziavam com o passar do tempo. Pedi saúde para minha esposa, e que Deus permitisse que eu voltasse a amá-la, assim com no dia em eu disse sim. Supliquei por um pouco de felicidade, não preciso de muita, mas alguma vontade sincera de sorrir, de ficar contente, por fim, pedi por mais fé.
Foi, então, que me desviei do que estava fazendo, e senti, medo de Deus não estar me escutando ou pior, de não haver Deus algum.
Ouvi a televisão, havia começado Emanuela – seria com dois emes? –lembrei que tivera uma professora som esse nome, e ri. Pedi um pouco de saúde para ela também. Então, fui deitar-me.
Pensei que o que justificava meu descontentamento com a vida, era não ter muita fé em quaisquer coisas que fossem... E pensei em João Calvino, e conclui que se ele estava certo, eu fazia parte do grupo predestinado a não ter uma fé enorme, os sinais disso são visíveis! E assim acho que o sono veio chegando, de mansinho, e dentro de mim, uma vontade de ao acordar, no dia seguinte, encontrasse um bilhete qualquer, quem sabe dizendo:

“Da próxima vez em que resolver entrar em contato de madrugada, faça o favor de me privar da programação da sua TV”

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