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terça-feira, 19 de abril de 2011

Saudade e solidão

É, andei sentindo saudade, esses dias até senti vontade de chorar, mas você sabe que não gosto dessas coisas, então esperei de olhos fechados a vontade passar. E passou.
Mas, anoiteceu. E não é de hoje, não. E nem estou falando de céu, sol ou lua. Eu estou falando de um lugarzinho aqui dentro, que deu pra me avisar que você não voltará e pior que isso: deu pra me mostrar que você fará infinita falta.
E não estou falando na cozinha, sabe, juro que me viro bem, meu amor. Ah, falando nisso, esses dias chamei seu cachorro de amor e ele me mostrou os dentes, então, pensei, -que se era pra me deixar-, você poderia ter levado o bendito vira-lata e a prancha de surf, afinal, ela só faz juntar pó.
Mas, voltando a falar de saudade, acho que é falta isso que sinto, do beijo de boa noite, dos telefonemas no horário de almoço, dos filmes melancólicos, e talvez até de te ver coçando o saco... Quem diria, não é? E já que cheguei nesse aspecto, você já tinha notado que seu cão urina agachado? Esse mundo está perdido mesmo!
Ah, meu amor, ontem esqueci a toalha e tive que sair buscá-la na varanda, e a dona Josefa viu e até ameaçou chamar a policia!
É, andei sentindo saudade! Foi nesse dia que me deu uma grande vontade de chorar, então liguei a TV, o Faustão estava lá, e como ele não deixa ninguém ao menos falar, eu imaginei que não me deixaria chorar, e estava certa. Depois, senti uma vontade terrível de matar quem deu o domingão- justo o santo domingo para ele... Mas, o esqueçamos, afinal, o que eu realmente queria dizer, era que se você puder vir até aqui para me ajudar a esvaziar um champanha e dizer que ainda me ama, eu ficaria feliz e mandaria o seu cachorro, a dona Josefa e o Fausto Silva pro raio que os parta!

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