Um copo de uísque, um litro de energético, um malboro blue ice e o som do chuveiro.
Gosto do som do chuveiro, porque não faz bem nem mal, não é feliz, mas guarda um pouquinho de paz. Não sei bem se resguarda na temperatura ou na força da água. Não sei nem se é na água que se encontra a paz. Vai ver é na resistência, ou quem sabe no chuveirinho. Ou pode até não ser paz, mas apenas a solidão de ser apenas cinco: uísque, cigarro, energético, som e ser.
Ser e estar... Um Sicrano me disse um dia que em inglês é tudo a mesma coisa! Quem inventou essa loucura, de certo nunca ouviu o som o do chuveiro. Sabe que fiquei pensando muito nisso? Porque o Sicrano repetiu: to be, to be. E eu bem sei que “thu” é dois e “bi” também. Então, cheguei à conclusão de que o inglês é um pleonasmo em língua, é um infinito subir pra cima e descer pra baixo.
E o pior é que nem foi isso que ocupou tanto os meus pensamentos, senão a diferença entre ser e estar. Eu sei que há. Pois feliz eu era, eu sou, e sempre fui. E, se, Jesuisinho quiser, hei de ser! Mas naquele dia, ao som daquela água morna eu estava triste, e não triste por estar triste, afinal, quando faltam dias de chuva, a gente pede.
Mas é que, esses dias, perdi um amor, um dente de ouro e um colírio pro olho. Esqueci a luz da cozinha acesa, o ferro ligado, e o telefone fora do gancho... Entristeci. É que nestes dias me esqueci de sorrir.
Ah, e acredita que me ligaram perguntando se eu era de Jaçanã ou se apenas estava por lá? Então, eu fiquei aborrecido e disse que “to be”, e quem telefonou que descobrisse o que queria saber!
E quando me dei conta, já não sabia se era noite ou dia, aliás, noite escura eu sabia, mas seria noite noite ou noite madrugada? Acho que minha vida escureceu, - e eu tive que sair do banho.
Seca um pé, o outro, o tapete sai do lugar... Cadê a bendita inércia nessas horas? Ouvi o som do chuveiro do vizinho. Não é que é bonito? Ah, mas não é muito não, afinal, não é a minha paz, e sim a do vizinho, e eu não quero saber da vida de ninguém, além disso... Olhe só, não é que era noite madrugada mesmo?! O sol está aí, me chamando para ser feliz!
Olá, Paôla!
ResponderExcluirEu me perguntava, pq a poetisa estava tão ausente das postagens mais frequentes, mas aí está a explicação, tratava-se de esperar que o seu entrevistado (americano?) terminasse esse banho que era mesmo... tão necessário uma vez que o mesmo poderia virar tocha humana, diante da mistureba do uso de: uísque, energético e cigarro. Caramba... se não fosse a água e até a casa pegava fogo qd ele explodisse! KKKKKKKKK!!!!! Ei, é uma satisfação e um prazer, me envolver nesses seus posts de delírios literários, que nos remete às reflexões de nossas vivências e complacências diárias, muito bem escritos. Parabéns!
Um abraço!!!!!
Continua inspirada?
ResponderExcluirAcho bonito estes versos da música "A felicidade"
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Tristeza não tem fim, felicidade, sim...
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar...
A felicidade é como gota de orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila, depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor.
Belo né?
Ah, Francisco,realmente deixei novamente meu blog de lado, mas agr voltei a escrever uns textos e por esses dias estarei postando.
ResponderExcluirSabe, que eu deixei uma proporção não muito conviniente entre as bebidas justamente pro coitado não se embebedar!!! kkkkk
Agradeço pelos elogios e pela atenção que sempre tem com o que escrevo!
Abraço!!!
Jairo!
ResponderExcluirSabe que nesses dias de conjutivite eu fui mais produtiva! rs
E sim, é muito bela mesmo a música!